Case Americanas
1 de fevereiro de 2023A respeito da questão das Americanas, foi uma fraude – apurada neste termo pela justiça – que pegou todos de surpresa: grandes bancos, fornecedores e investidores de modo geral; dentre eles os Fundos de Pensão. Todos os controles que o próprio “mercado financeiro” tem, falharam. Se tratava de uma empresa considerada sólida e com contabilidade auditada por empresas de auditoria respeitadas internacionalmente.
Do total, R$ 41 bilhões são devidos à classe quirografários (crédito sem garantia), R$ 109,5 milhões à classe de microempresas e empresas de pequeno porte, e R$ 64,8 milhões se referem à classe trabalhista. A empresa identificou nominalmente todos os seus credores.
Conforme divulgado pela revista Investidor Institucional em 16 de janeiro de 2023: somados, EFPC e RPPS alcançavam exposição próxima de R$ 420 milhões à Americanas. Segundo a Luz Soluções Financeiras, os institucionais possuíam uma exposição relativamente baixa à companhia, em percentuais que variam entre 0,01% a 0,82% dos respectivos patrimônios; considerada uma exposição muito baixa à dívida e às ações da Americanas, em virtude da orientação de diversificação dos portfólios.
Consideramos importante esclarecer que a FAPERS comprou a debênture da B2W em maio de 2021, quando esta era uma empresa que comandava várias outras voltadas para o e-commerce, a qual estava classificada entre as mais seguras do mercado, com rating AAA. Ainda em 2021 houve uma fusão das Lojas Americanas e B2W e, então, a Americanas S.A. passou a ser listada no Novo Mercado da B3, o mais alto nível de governança corporativa da bolsa brasileira.
O ativo Americanas continuava não sendo uma empresa “única”, existindo uma grande diversidade de produtos, marcas, serviços, centros de distribuição, por aí vai, que não a tornam com características de “monoativo” (classificação atribuída a um tipo de fundo de investimento que concentra todo o seu capital em um único ativo). Portanto, no caso das Americanas, atribuir a lógica de monoativo é equivocada, além disso a FAPERS sempre privilegiou ativos e produtos com diversificação de segmentos e classes de ativos – buscando investimentos com carteiras pulverizadas que reduzissem os riscos de concentração. No fim do ano de 2022, as Americanas seguia sendo bem avaliada pelo mercado. Surpreendentemente, no dia 11 de janeiro largaram a bomba a respeito das falhas e da fraude.
Na época, as quantidades investidas pela FAPERS por plano foram definidas pela disponibilidade de recursos para aplicar no momento da negociação. Abaixo é apresentado um quadro com o resumo da posição na data da compra e, atualmente, com data do dia da divulgação das fraudes:
Obs.: O % em destaque laranja se refere ao valor apurado com base no patrimônio total da FAPERS, os demais percentuais calculados utilizando o patrimônio individual dos planos. Comparativo para ver a exposição individual de cada plano e a concentração total da Entidade neste emissor.
Por uma questão legal, quando uma empresa entra em recuperação judicial a FAPERS e demais investidores são obrigados a provisionar para perda todo valor, fato que será registrado contabilmente na posição de janeiro de 2023. Por isso neste mês de janeiro teremos um impacto de mais de 2% na rentabilidade do Prever. Isto não quer dizer que a cota vai ser 2% negativa, pois os outros investimentos aplicados continuarão rendendo. Ainda não temos como apurar quanto será a cota efetivamente, mas tão logo tenhamos uma ideia isto será divulgado. Cada debênture possui um agente fiduciário, que representa a comunhão dos investidores frente à companhia emissora do ativo, a qual a partir de então passou a atuar na negociação com a empresa e assume a responsabilidade de proteger os direitos dos investidores.
Contudo, mesmo que agora esteja toda provisionada para perda, não quer dizer que vamos realizar a perda total dos valores investidos, este papel vence em 2031 e ainda pode haver uma recuperação ou um acerto nas negociações entre a empresa e o agente fiduciário. Tudo neste caso ainda segue bastante nebuloso. A FAPERS manterá os participantes ao par deste caso por meio dos seus canais de comunicação, principalmente pelo site na divulgação mensal do Boletim Conjuntural dos Investimentos.
Fonte: Núcleo de Investimentos da FAPERS _posição 30/01/2023
Ainda neste site, saiba mais sobre o caso das Americanas acessando as matérias abaixo:
EFPC divulgam informações que mostram baixa exposição em Americanas, publicada em 27/01/2023
Desdobramentos da crise da Americanas, publicada em 25/01/2023
Informe aos Participantes e Assistidos, publicada em 24/01/2023